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Supportive opposites

Supportive opposites

REPORTAGEM

Meu marido usa calcinha. E eu aprovo!

por Vladimir Alves de Souza

 

A condição de crossdresser já é bastante complexa por si só. O medo de ser descoberto causa arrepios em qualquer praticante do crossdressing - arte de se vestir com roupas do sexo oposto - mas ser desmascarado pela namorada ou esposa, pior ainda. No entanto, essa regra vale para alguns. Sim, porque para muitos, ter a companheira como cúmplice já é mais de meio caminho andado para a total realização na arte de se vestir com peças íntimas femininas.

Poder usar calcinha, sutiã, maquiagem, acessórios, perucas e roupas de mulher com o aval da amada é o sonho de qualquer CD (crossdresser), mas nem sempre o caminho é livre de espinhos e discussões. Que o diga Felipe*, 29, técnico em informática. “Estou noivo. Hoje, minha companheira sabe, mas, no começo, tudo foi muito difícil”, explica. “Todas as semanas, eu me depilava, fazia as unhas dos pés e ia ao encontro da minha namorada. Algumas vezes, eu usava calcinha por baixo da roupa de homem. Era muito difícil. Inúmeras vezes, deixei de fazer sexo com medo de ela perceber alguma mudança em meu corpo”, relata Felipe, que, na intimidade, prefere ser chamado de Laís.

Para Tamara*, 34, noiva de Felipe, a descoberta da prática do crossdressing do companheiro a deixou confusa por algumas semanas. “Sou psicóloga, mas, quando você é a 'vítima', fica difícil até de aceitar. Brigamos muito, discutimos, mas, com o tempo, percebi que ser CD não interferia na sexualidade do meu noivo. Pelo contrário, ele se excitava mais usando roupas femininas, e isso trouxe mais prazer pra gente na hora do sexo. O fetiche dele apimentou nossa relação”, revela. A aceitação foi tamanha que hoje frequentam juntos as seções de roupas femininas das grandes lojas.

Tamara, além de noiva de Felipe, é uma S/O, ou seja, supportive opposite. A expressão, em inglês, é usada para descrever a pessoa do sexo oposto que apoia e dá suporte à prática do crossdressing.

  

A S/O, porém, não precisa necessariamente ser esposa, noiva ou companheira da crossdresser. Mãe, irmã, tia, vizinha, amiga ou colega de trabalho também pode dar suporte ao praticante da arte de se vestir de mulher. “Para ser uma autêntica S/O, como o próprio nome diz, é preciso dar suporte ao seu oposto, apoiar, aceitar e, acima de tudo, amá-lo da forma mais natural possível”, ensina Rose*, 49, enfermeira e S/O de Júlio*, 65, empresário.

“Eu desconfiava do meu marido. Sempre encontrava minhas calcinhas reviradas. Até que, um dia, eu encontrei uma peça minha escondida em um armário. Não tive dúvidas. Fui tirar satisfação, e ele revelou que estava usando minhas lingeries”, conta Rose.

É comum homens usarem roupas de suas mulheres em vez de comprarem. “Não tinha como guardar peças novas. Ela logo descobriria. Decidi, então, usar peças do guarda-roupa dela, mas também não deu muito certo. Na primeira vacilada, ela descobriu”, conta Júlio.

O fato de ter sido descoberto não criou muito espanto para Rose, que já “sentia o cheiro da mexerica”, brinca. “Meu marido usa calcinha, e eu apoio”, orgulha-se ela.

Nem sempre tudo são flores, no entanto. Glauco*, 42, hoje vive sozinho em um loft no centro de São Paulo. “Estava com quase tudo pronto para o casamento e, meses antes da cerimônia, decidi contar para minha futura esposa minha condição de CD. A revelação jogou um balde de água fria em nossa relação. Ela chorou, fez escândalo e ameaçou contar sobre o meu crossdressing no meu trabalho. Foi muito difícil. Tentamos conversar inúmeras vezes, mas não deu. Ela preferiu terminar e acabar com o relacionamento”, relata Glauco, que ainda sonha em reatar com a ex.

Para Marianna*, 41, crossdresser e psicoterapeuta de casais, o exemplo de Glauco é mais um em meio a milhares. Ela afirma que ele agiu certo: “Se sua parceira não sabe ou não aceita, busque uma S/O entre as pessoas do seu convívio. Coloque-se para adoção. Não se permita ser órfão”.

  

*Os nomes são fictícios, para preservar identidades.

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