REPORTAGEM
Mulher tem duas pernas, tem dois braços, duas coxas,
Um nariz e uma boca e tem
muita inteligência.
O bicho-homem também tem, do
mesmo jeito.
Se for reparar direito, tem pouquinha diferença.
(Luiz Gonzaga)
Crossdressers (CDs): homens que se vestem de mulheres, por determinados períodos de tempo, e têm uma vivência feminina quando nessa condição. Muitas crossdressers são heterossexuais, ou seja, quando não estão "montadas", têm uma vivência masculina e são casadas com o sexo oposto. Outras, porém, para nossa felicidade, desejam uma experiência feminina mais completa – e se entregam ao sexo com homens. Onde se reúnem? A Web é o primeiro passo...
Território nacional
De 31 de dezembro de 2006 para cá, as crossdressers da paulicéia desvairada e de outros cantos do País já contam com um espaço em que, segundo a CD Heloísa Velasks, uma de suas criadoras, drags, crossdressers, supportive opposites (as mulheres das crossdressers heterossexuais, quando sabem e as apoiam), trans e travestis podem trocar idéias e combinar eventos entre si – as chamadas cross sessions, a que já nos referimos na edição passada.
“A idéia é ser um espaço para discutir os mais variados temas, de dicas de onde encontrar sapatos tamanhos grandes até truques de maquiagem para o rosto. Hoje, são mais de 1.300 usuários cadastrados de todo o Brasil. Os estados que lideram em participação: São Paulo, em primeiro; depois, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro”, diz Velasks.
O site em questão é o www.clubedascds.com.br, também já mencionado na última Transites. Não é, porém, o único. Velasks explica que páginas voltadas a CDs não são novidade no Brasil. Há anos, por exemplo, existe o famoso “Brazilian Crossdressers Club” (www.bccclub.com.br), uma referência no assunto.
No entanto, Velasks, que é web designer em sua profissão como “sapo” – termo que designa a CD quando está vestida de homem –, faz duras críticas aos sites nacionais. Segundo ela, nos sites dos Estados Unidos, “as CDs [...] dão a cara a tapa. São organizadas, realizam eventos, têm muitas informações [...]. Senti os sites brasileiros muito burocráticos. [...]. Outra falha é que eles são muito obsoletos: não modificam as informações, sua aparência [...]. Entre as usuárias do ‘Clube das CDs’, há usuárias desses outros sites que acabaram assinando conosco”.
Encontro virtual
O termo “usuárias” está correto, leitor. Verônica, responsável pela elaboração e administração do “Clube das CDs”, afirma que só as meninas têm acesso. “A criação do site tem o objetivo da troca de experiências e informações entre as garotas [...]. Não queremos que se torne um ponto de encontro para homens encontrarem CDs com finalidades sexuais [...]. Homens, perfis sem foto, sem e-mail confirmado ou informações que levantem suspeitas são deletados”.
Munido de fóruns, bate-papo, links para blogs e fotologs e até vídeos instrutivos de como se maquiar, o “Clube das CDs” registra visitas de até 15 pessoas simultaneamente.
As mulheres também têm espaço, e Heloísa Velasks destaca a existência daquelas que fazem o papel inverso – sim, pois o crossdressing também atinge as garotas, que, além de utilizar indumentária e gestual masculinos, usam apetrechos como barba postiça e próteses entre as pernas.
Fontes:
www.mixbrasil.com.br
www.clubedascds.com.br
www.orkut.com
www.xuxukaraoke.com.br
www.queeruption.org
Hoje em dia, muito se comenta sobre os T-Lovers, termo que designa os homens que gostam de travestis e transexuais.
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