ARTIGO
por Deco Ribeiro
O leitor mais ligado jáimagina que seja algo sexual feito com as mãos, não é? Exatamente! “Handebol” é como alguns adeptos se referem ao fist fucking, isto é, à prática de enfiar toda a mão (e, às vezes, parte do braço) no ânus do parceiro!
O que é
Sim, o fisting é uma prática sexual bem intensa, mas, por incrível que pareça, não machuca – se feito corretamente.
Lana, travesti, pratica o fisting há cinco anos e diz que tudo depende da confiança entre os parceiros: “Deve ser feito com carinho, sem pressa”. O advogado A., 33 anos, explica por quê: “O corpo vai receber algo muito maior que o tamanho de um pênis [...]. Se há bastante excitação, a penetração, além de prazerosa, é mais fácil, pois menos dor se sente. A preliminar deve ser muito mais cuidadosa do que o próprio ato em si”.
O arquiteto e artista plástico Zig, 49 anos, pratica o fist fucking há oito e o encara como um ato espiritual: “Descobri que é uma prática milenar usada por iogues para relaxar e ter a sensação de se entregar a outro ser humano no limite da confiança [...]. Pode ser perigoso nas mãos erradas, ou um exercício tântrico dos mais intensos”.
A sensação
Ao contrário do que se pensa, o fisting, feito da forma certa, não é doloroso ou agressivo, nem é considerado uma prática sadomasoquista. “Fistar dá um tesão enorme, pois nos sentimos donos daquele ser”, explica A. “Além disso, sentir a contração do ânus é maravilhoso”.
Já para Lana, ser fistada é que é alucinante: “Acho impossível ser fistada sem ter um orgasmo poderoso. Durante o ato, a mão está em contato direto com a próstata, produzindo sensações muito fortes. O prazer proporcionado para ambos é tanto que considero não haver experiência mais sublime para dois amantes”.
Guia prático
Fazer um roteirinho básico é fácil. Assim como a camisinha é essencial ao sexo seguro, o fisting pede luvas de látex. Dessa forma, evita-se o contato com fezes ou sangue e a contaminação por bactérias e vírus, inclusive o HIV.
Uma boa limpeza (a “chuca”) e lubrificação – bastante lubrificação! – também são necessárias. O gel KY é bastante utilizado, mas não é o melhor, segundo Zig: “Só uso gordura vegetal hidrogenada, aquela de fazer empada. É o que há de melhor, apesar de ser difícil de limpar – mas lubrifica mesmo!”. Falando em limpar, deixe de prontidão papel e toalhas.
Vale lembrar que o uso de drogas associado ao fisting para driblar a dor pode, na verdade, reduzir a sensibilidade do receptor e levar a acidentes. “Quem controla é sempre quem está sendo fistado. Isso é regra fundamental”, finaliza o arquiteto.
Então, mãos à obra!
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