Warning: Declaration of ActiveRecord\DateTime::setTime($hour, $minute, $second = NULL) should be compatible with DateTime::setTime($hour, $minute, $second = NULL, $microseconds = NULL) in /var/www/html/revista.transites.com.br/vendor/php-activerecord/php-activerecord/lib/DateTime.php on line 0
O mundo das crossdressers

O mundo das crossdressers


REPORTAGEM

O mundo das crossdressers

Mulheres na alma, homens transvestidos ou bonecas “half-time”?

Por João Marinho e JLW

É muito difícil ser determinista quando o assunto é sexualidade humana. Afinal, se nossos pais nos ensinam as diferenças entre homens e mulheres, na idade adulta percebemos que nem sempre tudo é tão claro.

Androginia e ambivalência
Biologicamente, as diferenças entre homens e mulheres não são tão grandes. Diz a medicina que o sexo apenas é definido após a oitava semana de gestação. Até lá, somos todos iguais.

Por isso, há semelhanças entre os sexos. A cabeça do pau (glande), por exemplo, tem as mesmas enervações que o clitóris. O escroto assemelha-se aos grandes lábios; e os testículos, aos ovários.

Amilcar Lauro, autor do livro “Fetichismo Transvéstico Masculino Visto como Transtorno Obsessivo-Compulsivo”, ao falar das características sexuais secundárias (sinais externos, como a barba ou os seios), adota um ponto de vista semelhante.

Citando o Dicionário de Psicologia de Peter Stratton e Nicky Hayes (Ed. Pioneira, 1993), para ele, “nos seres humanos, não há diferenças presentes em um gênero e não no outro; há mais uma prevalência e ênfase de cada tendência”, o que explicaria a existência de indivíduos andróginos, nos quais, de certo modo, a ambivalência seria apenas mais evidente.

Para quem curte travestis, isso tudo soa familiar. Afinal, quer mais ambivalência do que uma boneca? No caso das transexuais, que querem “deixar a ambigüidade” com a cirurgia de redesignação sexual (troca de sexo), o efeito antes da operação também não é muito diferente.

Há, porém, mais uma categoria que tem ganhado destaque nesse jogo: ascrossdressers (CDs), que, à primeira vista, podem ser classificadas como pessoas que nascem homens, mas, por alguma razão, resolvem se vestir e agir como mulheres.

Sobre gêneros e identidades
É uma definição pouco clara. Afinal, as travestis também não nascem homens e passam a se vestir e agir como mulheres, inclusive utilizando artifícios para ficarem ainda mais femininas?

O primeiro ponto, portanto, é tentar definir a travesti. Para o psiquiatra Bernardo de Gregório, o termo compreende tanto quem se caracteriza como do sexo oposto “exclusivamente como uma expressão de sua libido – o fetichismo transvéstico” quanto quem “assume, em maior ou menor grau, uma atitude social do sexo oposto”.

Fetichismo o quê?! Calma, vamos elucidar. Segundo Gregório, a travesti “tradicional”, digamos assim, é quem assume, por razões psicológicas ou sociais, características marcantes do sexo oposto ao biológico, de forma mais ou menos definitiva. Já o fetichista transvéstico, segundo o também psiquiatra Geraldo Ballone em seu site PsiqWeb (www.psiqweb.med.br), não se transveste o tempo todo e, quando “não está transvestido, [...] em geral, é irreparavelmente masculino”.

Trazendo o assunto para a identidade de gênero, que, de acordo com o psicólogo João Pedrosa, “é a convicção íntima de uma pessoa de ser do gênero masculino ou do gênero feminino”, podemos dizer que a travesti tem uma identidade dupla, ao mesmo tempo masculina e feminina.

No fetichista transvéstico, a questão seria outra: o fetiche de usar as roupas em si. Tanto é que, continua Ballone, “enquanto usa roupas femininas, ele em geral se masturba” – e, veja só, trata-se normalmente de um homem que curte mulher, ou seja, um heterossexual.

Certo. E as crossdressers? Aqui, as opiniões divergem. Para Bernardo de Gregório, o termo “inclui todos os tipos de situações”. Já para Pedrosa, “são pessoas que se vestem ocasionalmente com roupas do sexo oposto, sem modificar fisicamente seu corpo”. E agora?

Uma definição possível?
Em si mesmo, “crossdresser” de fato pode ser aplicado a qualquer um(a) que use roupas do sexo oposto. Desse modo, travestis, drag queens e sacerdotes de certas religiões seriam todos crossdressers.

Entretanto, segundo a enciclopédia Wikipedia (http://wikipedia.org), o termo foi adotado, na década de 70, por homens que se vestiam ocasionalmente de mulheres, negavam qualquer intenção fetichista, tinham identidade masculina e eram héteros. Por isso mesmo, não curtiam a idéia de serem chamados de travestis...

Parece que essas características são mais ou menos mantidas hoje em dia: ainda que se transvista habitualmente, a crossdresser não o faz por tempo integral como a travesti, e, fora desses períodos, comporta-se como um homem comum.

Além disso, ser CD seria algo mais próximo de um estilo de vida. A característica básica é gostar de se ver como mulher de vez em quando. Pode incluir algum tipo de prazer sexual, mas não necessariamente. Dessa forma, o fetichista transvéstico seria também crossdresser – mas apenas um tipo de crossdresser.

 

Desejos de mulher
A CD Kelly Silva, professora e assessora tributária, diz se sentir “pura e simplesmente com alma de mulher”. Todas as CDs com quem conversamos – e que preferem não se identificar – relatam a mesma sensação. A identificação pode ir tão longe que muitas chegam a transar com homens, mas rejeitam terminantemente o rótulo de homossexual. Mas, e os caras que saem com elas, o que dizem?

Normalmente, eles também curtem travestis e podem ver as CDs de maneira parecida com estas últimas, ou seja, em geral, como “mulheres com algo a mais” – mas, entre os fãs das bonecas, nem todos têm essa opinião e, por isso, se recusam a sair com CDs. “Crossdresser é homem!”, diz Júnior, para quem apenas as bonecas são mulheres especiais.

Já o supervisor de segurança Orlando, que sai com CDs, adota um meio-termo. “Vejo nelas [...] homens vestidos de mulheres”, diz ele, que, no entanto, busca feminilidade. “Saio [...] por causa do intenso desejo delas de serem sexualmente mulheres [...] São totalmente passivas aos desejos do macho”. Para Orlando, elas também são “mais cultas que as travestis, educadíssimas e sinceras”. E você, leitor, o que acha?


Creditos: Reprodução / divulgação


Como tratar uma boneca: 10 dicas para T-Lovers iniciantes

Hoje em dia, muito se comenta sobre os T-Lovers, termo que designa os homens que gostam de travestis e transexuais.

LEIA MAIS

Dicas para sair em segurança e curtir com uma t-girl

Dicas importantes para sair em segurança com uma T-girl e curtir sem dor de cabeça

LEIA MAIS

Passivos com travestis: uma soma de prazer

Fabrício M., 22 anos, e Sergio L., 24 anos (nomes fictícios), têm duas coisas em comum: ambos são fascinados por travestis – e, quando transam com uma, gostam mesmo é de ser passivos.

LEIA MAIS

Operadas

No lugar do pênis, surge uma neovagina - e aí? O que muda nas vidas delas?

LEIA MAIS

Muito sexo alarga o ânus?

Três vezes por dia e muito tesão: transar demais causa problema "lá"?

LEIA MAIS

Copyright © 2013 - TranSites - Termos legais. É proibida a reprodução do conteúdo deste website em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização da TranSites.